segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Como assim ela não o ama mais?!

Vi na internet uma foto de um casal conhecido e fiquei pensando no quanto o cara foi idiota de reatar o relacionamento com alguém que o deixou na mão no momento mais difícil da vida dele, mas que pediu reconciliação no momento mais difícil da vida dela. Lembrei de quando o conheci e de quando, por meio da família dele, nós duas fomos apresentadas. Nossa! Como gostei dela! Não foi "Ah, que pessoa maravilhosa", mas ainda assim agora me dou conta que não gostei ou desgostei por ser quem é, mas por eu idolatrar a beleza de um casal juvenil, com uma história tão linda, juntos já desde os doze ou treze anos.

Há um charme nisso. A sociedade meio que romantiza essa ideia do "primeiro amor", como se o primeiro tivesse que, por predestinação, ser o último; o principal; o melhor; o único verdadeiro. MAS NÃO HÁ OBRIGAÇÃO NISSO! Onde que há essa regra? E por que eu caí nessa? Logo eu, sempre tão livre e desejando liberdade aos outros... Caí nessa fake de que o primeiro amor é que é amor e o resto é desespero da carência. Tive essa descoberta quando soube do fim daquele namoro de tantos, encerrado por ela, com a motivação de que não o amava mais.

Como assim ela não o ama mais?! Fiquei em choque! Como nos dias de hoje uma mulher pode recusar o amor de um homem tão apaixonado como ele? Sempre tão dedicado a ela que esqueceu de se dedicar a si mesmo, aos amigos e à família. Ela foi grossa com ele! Ela foi ingrata com ele! E ele chorou tanto, tanto esse fim! Há tempos eu não via um homem tão deprimido por amor ou pela falta. E depois o vi renascendo, se autoconhecendo, retomando as rédeas da própria vida. Eu o vi de cueca no sofá como se todo dia fosse dia de domingo. Eu o vi se formar na universidade, voltar a sorrir, ir à academia, passear com os primos. Eu o vi conquistar a si mesmo numa linda descoberta e, de repente, soube que reatou o relacionamento.

Eu já a havia matado dentro de mim sem que eu fosse nada dele. Eu já não queria mais contato com ela e, por tomar as dores dele, não aceitei essa volta. Mas agora, vendo suas novas fotos, me pergunto quem sou eu pra ter tanta raiva da vida de alguém. Por que estou perdendo tempo cuidando da vida alheia quando deveria cuidar da minha? Por que eu não vou em busca de reatar as minhas paixões, as minhas amizades e os meus sonhos? Desejo que esse meu amigo seja feliz com ou sem namorada, porque é isso que desejo para mim. Não é da minha conta se ela não o ama mais.


Um texto de Aline Menezes, criadora do Blog O Quarto de Aline

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