sábado, 1 de dezembro de 2018

Perto demais


Não recordo o exato momento que tomei consciência do amor que sentia por ti, nem do momento que o declarei pela primeira vez. Mas recordo inúmeros momentos que a tua simples existência me fez feliz. Inúmeras vezes que a lembrança de ti me fez sorrir no ônibus, pagando uma conta no computador, ou descendo a escada rolante do shopping. Parafraseando Los Hermanos, até quem me vê na fila do pão, sabe que eu te encontrei.
Mas talvez você, o protagonista do meu amor, não saiba. E não sei se tenho coragem de dizer e de contar tudo o que me levou a te amar tanto a ponto de sofrer horrivelmente com os meus próprios erros nesse relacionamento estranhamento recíproco, mas não oficializado. Por isso escrevo.
Eu te amo, meu menino. E não sei se posso dizer o cliché de que eu daria tudo para voltar três anos na nossa história e te declarar esse amor. Primeiro que eu ainda não te amava. Segundo que eu não era tão segura de mim. Terceiro que eu hoje compreendo que naquela época não daria certo pelos mesmos motivos que hoje é você quem não quer nada sério.
Não que não levemos a sério esse caso de encontros esporádicos e convenientes, mas tenho cada dia, semana e mês, mais necessidade de oficializar a nossa união. Sei que o amor é recíproco, mas há necessidade em mim de gritar ao mundo o quanto te amo, independente da distância, das nossas tantas diferenças... É em você que penso quando vejo nas redes sociais um post romântico ou divertido. Sempre quero te marcar. Eu queria poder postar toda semana aquela nossa foto num bar da cidade. Eu queria poder fazer textão, gravar uma live, ou até mesmo colocar nosso amor num outdoor.
Eu te amo, meu menino. E me arrependo de todas as vezes que te deixei mal ou que, ainda que você não tenha tomado conhecimento, eu tenha feito algo que arranhou a preciosidade do que sentimos. E eu fiz, viu. E doeu em mim. Cortou aqui dentro as lembranças boas do nosso amor como se fosse você mesmo cortando fotos e páginas da nossa história, cortando nossas cartas românticas nunca impressas e nem mesmo escritas.
Eu te amo, meu menino. E me arrependo de um dia tê-lo afastado da minha convivência. Agora tudo o que mais quero é te ter cada vez mais perto, perto demais. Porque já não penso mais em ninguém além de ti, seja quando ouço um sertanejo, um pagode tipicamente brasileiro, ou o romantismo franco-italiano de Carla Bruni. Toda música te traz aos meus pensamentos, seja na idealização de um reencontro ou na lembrança dos que já tivemos.
Eu queria ter te abraçado tão mais apertado naquele Janeiro! Ter te beijado os lábios e acarinhado os cabelos assim que te vi naquele auditório quase vazio. Queria ter ido embora contigo naquela noite, mas tu não eras meu. E tudo bem se ainda não é, mas pelo menos agora te tenho. E isso é um sentimento tão miserável de mendigar migalhas de amor... São migalhas o que temos nos dado?
Eu não queria ter ido embora sozinha daquela baladinha adolescente. Entrar no táxi foi como se te desse adeus pra sempre, porque podemos até fazer planos, mas eu temo tanto o futuro. Você é a calma que me falta, e me transborda. Você é a fé em dias melhores, mesmo quando os teus não estão nada bons. Tão longe de mim, mas tão perto!
Outro dia chorei no ônibus. Eu te contava as novidades ruins da semana, eu precisava tanto de um abraço... Queria poder ter ido ao teu encontro, ter acordado em teus braços. Porém me contentei, em alegria, com tuas mensagens de amor e ânimo. Você me faz um bem que me faltam as palavras para concluir o que te escrevo agora, mas certamente desejarei mais um milhão de vezes te escrever, te declarar esse amor.
Esqueça, por favor, daquele dia que falei o quanto é boa a conveniência do nosso relacionamento aberto. Eu estava bêbada. E eu te amo demais pra continuar assim de um jeito tão natural. Já somos tão um do outro! Enquanto você tem ciúmes de quem um dia foi meu, eu me entristeço com a possibilidade de outra ser sua, porque já não consigo mais passar um só dia sem que você seja o motivo do meu riso leve e solto.
Quero compartilhar minhas leituras... Hoje vi um filme e eu queria estar em teus braços. Dancei sozinha no meu quarto. Queria estar ao teu lado... Você me lembra café e vinho, noites quentes e dias frios. Chegue logo, por favor. Essa espera me cansa, me dá ânsia. E venha pra dizer que veio pra ficar; nesse lugar e na minha vida. 


Um texto de Aline Menezes, criadora do Blog O quarto de Aline

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