Não recordo
o exato momento que tomei consciência do amor que sentia por ti, nem do momento
que o declarei pela primeira vez. Mas recordo inúmeros momentos que a tua
simples existência me fez feliz. Inúmeras vezes que a lembrança de ti me fez
sorrir no ônibus, pagando uma conta no computador, ou descendo a escada rolante
do shopping. Parafraseando Los Hermanos, até quem me vê na fila do pão, sabe
que eu te encontrei.
Mas talvez
você, o protagonista do meu amor, não saiba. E não sei se tenho coragem de
dizer e de contar tudo o que me levou a te amar tanto a ponto de sofrer
horrivelmente com os meus próprios erros nesse relacionamento estranhamento
recíproco, mas não oficializado. Por isso escrevo.
Eu te amo,
meu menino. E não sei se posso dizer o cliché de que eu daria tudo para voltar
três anos na nossa história e te declarar esse amor. Primeiro que eu ainda não
te amava. Segundo que eu não era tão segura de mim. Terceiro que eu hoje
compreendo que naquela época não daria certo pelos mesmos motivos que hoje é
você quem não quer nada sério.
Não que
não levemos a sério esse caso de encontros esporádicos e convenientes, mas
tenho cada dia, semana e mês, mais necessidade de oficializar a nossa união. Sei
que o amor é recíproco, mas há necessidade em mim de gritar ao mundo o quanto
te amo, independente da distância, das nossas tantas diferenças... É em você
que penso quando vejo nas redes sociais um post romântico ou divertido. Sempre
quero te marcar. Eu queria poder postar toda semana aquela nossa foto num bar
da cidade. Eu queria poder fazer textão, gravar uma live, ou até mesmo
colocar nosso amor num outdoor.
Eu te amo,
meu menino. E me arrependo de todas as vezes que te deixei mal ou que, ainda
que você não tenha tomado conhecimento, eu tenha feito algo que arranhou a
preciosidade do que sentimos. E eu fiz, viu. E doeu em mim. Cortou aqui dentro
as lembranças boas do nosso amor como se fosse você mesmo cortando fotos e
páginas da nossa história, cortando nossas cartas românticas nunca impressas e
nem mesmo escritas.
Eu te amo,
meu menino. E me arrependo de um dia tê-lo afastado da minha convivência. Agora
tudo o que mais quero é te ter cada vez mais perto, perto demais. Porque já não
penso mais em ninguém além de ti, seja quando ouço um sertanejo, um pagode
tipicamente brasileiro, ou o romantismo franco-italiano de Carla Bruni. Toda música
te traz aos meus pensamentos, seja na idealização de um reencontro ou na
lembrança dos que já tivemos.
Eu queria
ter te abraçado tão mais apertado naquele Janeiro! Ter te beijado os lábios e
acarinhado os cabelos assim que te vi naquele auditório quase vazio. Queria ter
ido embora contigo naquela noite, mas tu não eras meu. E tudo bem se ainda não
é, mas pelo menos agora te tenho. E isso é um sentimento tão miserável de mendigar
migalhas de amor... São migalhas o que temos nos dado?
Eu não
queria ter ido embora sozinha daquela baladinha adolescente. Entrar no táxi foi
como se te desse adeus pra sempre, porque podemos até fazer planos, mas eu temo
tanto o futuro. Você é a calma que me falta, e me transborda. Você é a fé em
dias melhores, mesmo quando os teus não estão nada bons. Tão longe de mim, mas
tão perto!
Outro dia
chorei no ônibus. Eu te contava as novidades ruins da semana, eu precisava
tanto de um abraço... Queria poder ter ido ao teu encontro, ter acordado em
teus braços. Porém me contentei, em alegria, com tuas mensagens de amor e
ânimo. Você me faz um bem que me faltam as palavras para concluir o que te
escrevo agora, mas certamente desejarei mais um milhão de vezes te escrever, te
declarar esse amor.
Esqueça,
por favor, daquele dia que falei o quanto é boa a conveniência do nosso
relacionamento aberto. Eu estava bêbada. E eu te amo demais pra continuar assim
de um jeito tão natural. Já somos tão um do outro! Enquanto você tem ciúmes de
quem um dia foi meu, eu me entristeço com a possibilidade de outra ser sua,
porque já não consigo mais passar um só dia sem que você seja o motivo do meu
riso leve e solto.
Quero compartilhar
minhas leituras... Hoje vi um filme e eu queria estar em teus braços. Dancei sozinha
no meu quarto. Queria estar ao teu lado... Você me lembra café e vinho, noites
quentes e dias frios. Chegue logo, por favor. Essa espera me cansa, me dá ânsia.
E venha pra dizer que veio pra ficar; nesse lugar e na minha vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário