terça-feira, 13 de março de 2018

É assim que as coisas são


É assim que as coisas começam a desandar em tudo e para todos os lados. Um adeus nunca dado, um abraço nunca oferecido, dias que passam como raios e os trovões fazem as bases tremerem. Qual foi a última vez que abraçou alguém? 

Pare de chorar, é assim que as coisas são. Sempre foram e sempre serão. Você para e pensa nas pessoas e elas nunca serão o que você imagina. É um sinal dos tempos. Apresento-lhe à vida. Diga oi para ela, mas se não quiser não sorria. Sorrisos não precisam ser usados para impressões. Eles são reflexos da sua alma. 

Se um estranho oferecer uma rosa, segure com cuidado. Espinhos pequenos às vezes se escondem na beleza de uma boa ação. Não jogue fora. Guarde. Hora ou outra você vai lembrar que, mesmo em suspeita, alguém te observou e te escolheu. 

Sabe? Com o tempo você se acostuma com o belo e o feio. Eles sempre andam lado a lado. Os dias passam e o abstrato se torna caricato. Tudo tem dois extremos. Acostume-se com idas e vindas, encontros e desencontros, amores e ilusões. 

Desse jeito as coisas começam a normalizar. Não a condição do mundo, mas o costume que se faz presente. O feio é atraente, mas o belo se torna notável sem que realmente chame atenção. 

Pare de chorar, é assim que o mundo é. Em vez disso, sorria e abrace quem ama como se fosse a última vez. Sem chamar atenção. Afinal, é notável a modéstia que dá beleza à vida.



Um texto do jovem escritor paraense Daniel Pantoja

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