quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Quando eu vou aprender? "Orkut nostálgico - Scraps"

Nesta manhã, vendo uns "scraps" antigos no meu orkut, me pergunto onde se perdeu a Aline de antes, com tantos amigos, tantos companheiros, tanta gente que dizia me amar e sentir falta de mim. Percebi que mudei muito nesses últimos três anos e que essa mudança até me transformou numa pessoa melhor em muitos aspectos, mas colocou sobre mim uma culpa enorme por alguns erros também. Uma culpa enorme de às vezes ser tomada por um sentimento de solidão.

Muitas vezes, tenho o costume de tentar refletir o porquê de tanta gente ter se afastado de mim tão bruscamente nesses últimos anos. Analisando meu orkut, compreendo agora perfeitamente que ninguém se afastou de mim. Eu é que me afastei, não dei a devida atenção, fui egoísta, quis ser vista, quis ser amada, quis receber atenção, quis carinho... Perdi muitas amizades, algumas ainda mantenho o contato, mas não é mais do mesmo jeito. Sim, algumas antigas grandes amizades chegaram a se tornar apenas uma pessoa a mais na minha lista de contatos.

Culpa minha.
Culpa minha que achei que podia entrar na vida das pessoas e depois sair sem dar satisfação.
Culpa minha que vivia de MIMIMI, com frescurinha de querer atenção, mesmo tendo o mundo aos meus pés.
Culpa minha que plantei sementes de amizade, reguei até crescer um pouco, mas não perseverei para ver dar frutos.
Culpa minha que coloquei em meus olhos um óculos de enxergar defeitos e vendar as qualidades.
Culpa minha que não compreendi o afastamento de algumas pessoas.
Culpa minha. Tudo culpa minha.

Peço perdão a todos e NÃO, não prometo voltar a ser como era antes, mas garanto que pretendo. Deu saudades. Saudades de como as pessoas agiam comigo, saudades de pessoas que hoje mal falam comigo, saudades de ser atenciosa como eu era.

O problema é que eu era TÃO TÃO TÃO atenciosa, que achava que o mundo tinha que girar em torno de mim, então por tudo isso, todo esse sofrimento solitário, só tenho que agradecer a Deus, pois foi quebrando a cara que aprendi a lição. Foi assim que aprendi a discordar da frase que diz: “Não corra atrás das borboletas, cuide de seu jardim que elas virão até você.” Não que eu não precisasse desses três anos para cuidar do meu jardim. Eu precisava sim e MUITO! Mas não era necessário afugentar as borboletas, como se fossem pragas devastadoras. Eram BORBOLETAS! Borboletas lindas, preciosas, com alguns defeitos, mas com imensas qualidades e, borboletas em eterna transformação. Borboletas em transformação ficam cada vez mais lindas com o passar do tempo. Eu as afugentei do meu jardim, deixei chegar novos lagartos, e agora não consigo mais conviver direito nem com as borboletas, nem com os lagartos. Porque afastei as borboletas, e porque, sentindo-me sozinha, abandonada (tudo MIMIMI), não tenho dado a devida atenção aos lagartos. Eles estão clamando minha ajuda, querem se entrosar com as folhas do meu jardim, querem transformar-se em borboletas, mas eu não sei conviver com a dor de ser trocada pelos lagartos. Assim como já receio que eles voem para longe caso tornem-se borboletas.

Quando eu vou aprender a lição?
Quando eu vou aprender que o amor e as amizades são mais importantes que qualquer coisa na vida? Mais importantes que meus estudos, minha vida profissional, meus sonhos e até mesmo minha religião?
Quando eu vou aprender a lição?

É de contar nos dedos as pessoas com quem posso contar realmente. Não por culpa dos outros, e nem porque eu não os cativei. Mas porque não os cativei o suficiente, não os cativei constantemente. Não gastei TEMPO com essas pessoas. Quando gastei tempo, foi sendo egoísta, pensando apenas no meu umbigo, almejando apenas colher os frutos sem me machucar com os espinhos.


Analisando alguns fragmentos do livro “O Pequeno Príncipe”...

“A gente só conhece bem as coisas que cativou.”
Concordo. Mas penso que as pessoas vivem em constante transformação e é necessário aprender a conviver com essas transformações, e não simplesmente chutar vidas para longe de mim. É preciso cativar constantemente, como se a cada dia a mesma pessoa já fosse outra.

“Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.”
Eu agi, com meu afastamento, como se apenas eu tivesse a necessidade do outro, como se o outro não tivesse necessidade de mim. Fui egoísta. Muito “mimimi” em jogo. No mesmo livro explica que o que mais é preciso fazer para cativar, é ter PACIÊNCIA. Eu sou impaciente. Quero tudo do MEU jeito e no MEU tempo.

“Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.”
Eu tenho preguiça de perder tempo com as pessoas. É mais cômodo ficar esperando receber atenção do que regar minhas rosas. Perder tempo com as rosas dar trabalho demais e mesmo que dê frutos, o meu egoísmo é maior.

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
E por esta frase, digo que sou responsável não apenas por aquilo que não cativei, mas também pelos que cativei, PRINCIPALMENTE! Cativei pessoas e não me responsabilizei com elas, pois a verdade mundial é que a gente só aprende a dar valor quando perde.

Um picolé parece mais gostoso depois que cai no chão.


 - Aline Menezes





2 comentários:

  1. Não há arrependimentos na vida, só lições

    ResponderExcluir
  2. Com o tempo...
    Você se dá conta de que cada experiência vivida com cada pessoa, é irrepetível...

    ResponderExcluir

DESEJADOS

Top Postagens