Nesta manhã, vendo uns "scraps" antigos no meu
orkut, me pergunto onde se perdeu a Aline de antes, com tantos amigos, tantos
companheiros, tanta gente que dizia me amar e sentir falta de mim. Percebi que
mudei muito nesses últimos três anos e que essa mudança até me transformou numa
pessoa melhor em muitos aspectos, mas colocou sobre mim uma culpa enorme por
alguns erros também. Uma culpa enorme de às vezes ser tomada por um sentimento
de solidão.
Muitas vezes, tenho o costume de tentar refletir o porquê de
tanta gente ter se afastado de mim tão bruscamente nesses últimos anos.
Analisando meu orkut, compreendo agora perfeitamente que ninguém se afastou de
mim. Eu é que me afastei, não dei a devida atenção, fui egoísta, quis ser
vista, quis ser amada, quis receber atenção, quis carinho... Perdi muitas
amizades, algumas ainda mantenho o contato, mas não é mais do mesmo jeito. Sim,
algumas antigas grandes amizades chegaram a se tornar apenas uma pessoa a mais
na minha lista de contatos.
Culpa minha.
Culpa minha que achei que podia entrar na vida das pessoas e
depois sair sem dar satisfação.
Culpa minha que vivia de MIMIMI, com frescurinha de querer
atenção, mesmo tendo o mundo aos meus pés.
Culpa minha que plantei sementes de amizade, reguei até
crescer um pouco, mas não perseverei para ver dar frutos.
Culpa minha que coloquei em meus olhos um óculos de enxergar
defeitos e vendar as qualidades.
Culpa minha que não compreendi o afastamento de algumas
pessoas.
Culpa minha. Tudo culpa minha.
Peço perdão a todos e NÃO, não prometo voltar a ser como era
antes, mas garanto que pretendo. Deu saudades. Saudades de como as pessoas
agiam comigo, saudades de pessoas que hoje mal falam comigo, saudades de ser
atenciosa como eu era.
O problema é que eu era TÃO TÃO TÃO atenciosa, que achava
que o mundo tinha que girar em torno de mim, então por tudo isso, todo esse
sofrimento solitário, só tenho que agradecer a Deus, pois foi quebrando a cara
que aprendi a lição. Foi assim que aprendi a discordar da frase que diz: “Não
corra atrás das borboletas, cuide de seu jardim que elas virão até você.” Não
que eu não precisasse desses três anos para cuidar do meu jardim. Eu precisava
sim e MUITO! Mas não era necessário afugentar as borboletas, como se fossem
pragas devastadoras. Eram BORBOLETAS! Borboletas lindas, preciosas, com alguns
defeitos, mas com imensas qualidades e, borboletas em eterna transformação. Borboletas
em transformação ficam cada vez mais lindas com o passar do tempo. Eu as afugentei
do meu jardim, deixei chegar novos lagartos, e agora não consigo mais conviver
direito nem com as borboletas, nem com os lagartos. Porque afastei as
borboletas, e porque, sentindo-me sozinha, abandonada (tudo MIMIMI), não tenho
dado a devida atenção aos lagartos. Eles estão clamando minha ajuda, querem se
entrosar com as folhas do meu jardim, querem transformar-se em borboletas, mas
eu não sei conviver com a dor de ser trocada pelos lagartos. Assim como já
receio que eles voem para longe caso tornem-se borboletas.
Quando eu vou aprender a lição?
Quando eu vou aprender que o amor e as amizades são mais
importantes que qualquer coisa na vida? Mais importantes que meus estudos,
minha vida profissional, meus sonhos e até mesmo minha religião?
Quando eu vou aprender a lição?
É de contar nos dedos as pessoas com quem posso contar
realmente. Não por culpa dos outros, e nem porque eu não os cativei. Mas porque
não os cativei o suficiente, não os cativei constantemente. Não gastei TEMPO
com essas pessoas. Quando gastei tempo, foi sendo egoísta, pensando apenas no
meu umbigo, almejando apenas colher os frutos sem me machucar com os espinhos.
Analisando alguns fragmentos do livro “O Pequeno Príncipe”...
“A gente só
conhece bem as coisas que cativou.”
Concordo. Mas penso que as pessoas vivem em constante
transformação e é necessário aprender a conviver com essas transformações, e
não simplesmente chutar vidas para longe de mim. É preciso cativar
constantemente, como se a cada dia a mesma pessoa já fosse outra.
“Mas, se tu me
cativas, nós teremos necessidade um do outro.”
Eu agi, com meu afastamento, como se apenas eu tivesse a
necessidade do outro, como se o outro não tivesse necessidade de mim. Fui egoísta.
Muito “mimimi” em jogo. No mesmo livro explica que o que mais é preciso fazer
para cativar, é ter PACIÊNCIA. Eu sou impaciente. Quero tudo do MEU jeito e no
MEU tempo.
“Foi o tempo que
perdeste com tua rosa que a fez tão importante.”
Eu tenho preguiça de perder tempo com as pessoas. É mais cômodo
ficar esperando receber atenção do que regar minhas rosas. Perder tempo com as
rosas dar trabalho demais e mesmo que dê frutos, o meu egoísmo é maior.
“Tu te tornas
eternamente responsável por aquilo que cativas.”
E por esta frase, digo que sou responsável não apenas por
aquilo que não cativei, mas também pelos que cativei, PRINCIPALMENTE! Cativei pessoas
e não me responsabilizei com elas, pois a verdade mundial é que a gente só
aprende a dar valor quando perde.
Um picolé parece mais gostoso depois que cai no chão.
Não há arrependimentos na vida, só lições
ResponderExcluirCom o tempo...
ResponderExcluirVocê se dá conta de que cada experiência vivida com cada pessoa, é irrepetível...