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Por volta
das 16 horas de uma quinta-feira qualquer, dessas que o sol continua se pondo
como antes – maravilhoso, por sinal – os ônibus estão cheios e os carros estão
vazios, resolvo sair de ônibus depois de tantos meses acostumada a andar só de
carro, o dia inteiro. Caminho uns 300 metros até chegar à parada de ônibus e
desde então, inúmeros pensamentos desconexos, mas relacionados entre si, se
formam em minha mente.
Já cheguei
onde havia de chegar, mas enquanto não chegava, esses pensamentos
multiplicavam-se em minha mente numa velocidade incontrolável e ali naquele
ônibus cheguei às insanas conclusões ‘meditacionais’:
1.
Acho
que os filósofos da antiguidade andavam de ônibus;
2.
[...]
ou se não andavam gostariam muito de andar caso vivessem nos dias de hoje;
3.
Todo
mundo que anda de ônibus é, inevitavelmente, um pouco filósofo. Nem que não
queira.
4.
Se a
pessoa AMA andar de ônibus ou pelo menos encontra mais vantagens que
desvantagens e a maior parte das vantagens envolve mais a sua interação interna
do que externa, com certeza essa pessoa é totalmente filósofa, mesmo que não
saiba.
5.
Se o percurso
não tem fim, a mente não para nunca. Tudo e qualquer mínima coisa torna-se um
assunto a ser discutido consigo mesmo, por mais banal que seja.
Essas são
apenas algumas conclusões tomadas em meio a pensamentos distintos, mas eu me
pergunto duas coisas:
1.
Se eu
tivesse compartilhado desses pensamentos com outra pessoa, será que ela teria
mais conclusões além dessas? Quais seriam?
2.
Será
mesmo que eu ia filosofar tanto se eu não tivesse sozinha? Ou se eu tivesse com
um livro ou conectada a meu celular?
Assim que
cheguei à parada, com a mochila nas costas e meu celular lá dentro, desligado,
pensei: “São muito sozinhas as pessoas
que andam de ônibus, pois não podem mexer no celular por causa do medo de
assaltos.” Imediatamente outro pensamento meio que discordou desse
anterior: “Mas quem anda de carro também
não pode, não é permitido. As pessoas usam porque se acostumaram a corromper o
sistema.” Daí o ônibus chegou e outros pensamentos se formaram.
Já são
mais de 17 horas nesse momento que escrevo e AINDA são tantos pensamentos
incontrolavelmente mais rápidos que o meu poder intelectual de articulá-los e
meu poder físico de anotá-los, que a vontade louca que tenho é de enfiar as
mãos no meu inconsciente e arrancar de lá tais pensamentos. Uma coisa bem sei,
que esse é o tipo de texto que sempre me fará gerar novos pensamentos no ventre
da minha insanidade mental.
A razão de
tudo isso escrito é que eu pensei demais, muito mais do que se eu não tivesse
saído de ônibus nessa tarde. E meu pensamento pegou um ritmo tão acelerado, que
não freou quando do ônibus saí. Ainda estou em um borbulhar vulcânico de
reflexões a respeito de tudo e qualquer coisa, porque uma coisa leva à outra.
Como o
quê? Veja bem. Estou a mais de meia hora tentando explicar e não sai,
justamente por causa disso, dessa tal coisa que titula esse texto.
Acho, já
não lembro, que começou quando me veio à mente a palavra ‘preocupação’. E ela
veio por dois motivos que eu não tenho certeza:
1.
Assim
que entrei no ônibus, peguei o celular e fiz uma selfie. Enviei para um amigo e
ele disse que eu guardasse o celular, por causa do perigo;
2.
O
ônibus passou em frente a um estádio de futebol e eu me dei conta que hoje é um
péssimo dia para voltar pra casa de ônibus, pois terá jogo, e isso significa
insegurança.
De tal
palavra veio a palavra “precaver” e a minha mente entrou em pane nelas duas,
focando no prefixo ‘pre’, que é também prefixo da própria palavra prefixo. Que
coisa louca! Melhor beber café, aquecer a mente e equilibrar os sentidos, pra
depois retomar a prosa dessa noite fria de Abril.
Um texto de Aline Menezes, criadora do Blog O Quarto de Aline
Ps.: Esse é apenas um texto para reflexão à respeito dos pensamentos que temos quando estamos sozinhos e desconectados do mundo virtual.
Ps.2: Reconheço que esse texto precisa de continuação.
Ps.2: Reconheço que esse texto precisa de continuação.
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