terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A era dos amores descartáveis


Todo mundo quer ter um grande amor. Mas ao mesmo tempo, ninguém quer passar noites sem dormir, sofrer, consolar, passar por problemas juntos. Só querem os sorrisos, os beijos, o sexo, as viagens e o mundo de bom humor. Esquecem que qualquer relação também é regada por tristeza, orgulho, soberba, diferenças. 

É por isso que estamos na era dos amores descartáveis. É muito fácil hoje se apaixonar. Saímos na rua e em cada esquina encontramos “crushs”. Mas onde estão as pessoas que estão dispostas a amar? Dispostas a entregar a alma, o coração, a respeitar as diferenças, a sentar, conversar e resolver os problemas juntos? Hoje é muito fácil dizer que ama e que faz amor, mas a verdade é que esses dois termos virou banalidade e as pessoas falam sem nem perceberem a força dessas palavras. 

Vivemos em um tempo onde as relações suportam a singularidade das selfies, mãos dadas, silêncio prolongado... Isso quando tudo vai bem. Porque no primeiro carnaval já “dá um tempo” pra curtir com outras pessoas, ou no primeiro deslize de algum dos lados, o termo “o destino não quis” entra no vocábulo da relação e tudo se acaba. 

Acredito que a relação é como um arco-íris. As pessoas só querem o vermelho da paixão, mas é preciso ter todas as cores. A cor da dificuldade, a cor da alegria, a cor do desejo de continuar, de tentar mais uma vez, a cor de amar de verdade. 

Talvez a gente só precise praticar o “tentar outra vez”.

Um texto do jovem escritor pernambucano Matheus José

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