sexta-feira, 29 de julho de 2016

Tudo meio bosta!


São 21:27hs de uma segunda-feira de Julho e enquanto passo o ferro em algumas roupas, penso na vida que tive e na que levo agora. Não cheguei a pensar na que quero ter. Não é o mérito agora. 

Enquanto penso, me entristeço. Acho tudo meio bosta! Que os puritanos me perdoem a baixeza do meu texto, quero apenas desabafar aqui no meu canto, no meu quarto, no lugar especial para as minhas palavras. Não faço a mínima questão de ser lida, eu sou quero desnudar a minha alma por um ângulo diferente do que o habitual.

É verdade que ando cansada e cansando de tudo. Às vezes até as músicas que mais gosto de ouvir estão me cansando. Até as coisas que mais gosto de fazer estão me "tediando". Não sei ao certo em que momento tudo virou tédio, mas hoje já deu pra mim. Precisava vir aqui. Precisava gritar.

O que dói hoje é essa tentativa insana de descobrir como e porque tenho o poder espetacular de afastar as pessoas. As quero perto de mim, mas elas me cansam. Aí eu me afasto e quando sinto falta, é tarde demais para "desorgulhar". Não é que eu não tenha percebido isso antes, mas acho que nunca estive tão fria como ultimamente, e olhe que nem estou com depressão, SP¹ ou qualquer doença psicológica. Não que eu saiba! Talvez eu tenha que parar de achar que os meus defeitos são sintomas de alguma doença, como se eu tivesse com a síndrome da coitadinha. É, inventei isso agora. Quem se interessar, pode patentear essa síndrome. Porém é preciso eliminá-la da vida. Da minha e da de quem está me lendo agora.

Enquanto passava ferro em minhas roupas, assistia um filme e meu coração palpitava numa ânsia apressada de desfalecer meu corpo à mesa, nesta cadeira, para escrever. Como se escrever fosse falar comigo mesma diante do espelho, Por isso estou aqui, para tentar sentir alguma paz. É, eu sei que é em Deus que devo buscar paz, mas é escrevendo que me encontro. É na escrita que me busco, busco a essência perdida de mim.

Recordava um encontro inesperado sexta à tarde no Centro de Convenções de Pernambuco (CECON-PE). Passeava na FENEART com uma prima em comemoração ao seu aniversário quando, na tentativa de descobrir onde uma senhora de uns cinquenta anos havia comprado raspa-raspa, reencontrei uma amiga de infância, que estudou comigo acho que em 1994. Vinte e dois anos atrás!

Estive pensando em como, atualmente, são os reencontros de pessoas que foram amigas há cerca de dez anos. Não são tão calorosos como antigamente... Não são como esse reencontro que vivenciei na última sexta-feira. São frios e com um ar desesperador de reencontro indesejado. A gente mal vê a pessoa de longe e já quer se esconder. POR QUE?! Que mal tem em reencontrar alguém?

Descobri. Ou pelo menos acho. O problema é o orgulho excessivo em perdoar-se, perdoar o outro e pedir perdão por erros cometidos durante o tempo da convivência. Quanto à amiga que reencontrei depois de mais de vinte anos... Foi desnecessária a quebra de qualquer barreira de orgulho simplesmente porque tal barreira nunca houve entre nós. O afastamento se deu na infância, sem culpa, por questões externas a nós duas.

Mas e quando não é assim que acontece? E quando a convivência perde a periodicidade motivada por rupturas? Às vezes rupturas tais vistas apenas por uma das partes de tal relacionamento, na qual a outra pessoa fica sem entender o porque do afastamento, mas que, por orgulho ou sei lá o quê, não busca a reaproximação. O orgulho já está tão impregnado em nós, que não queremos assumir, não é?! Mas é por orgulho mesmo.

Esse texto me cansou e mesmo percebendo que ele precisa de uma conclusão, quero encerrar por aqui. A minha mente cansou de pensar com a alma e eu não sei onde elas se misturam e se separam. Finalizo te aconselhando a não permitir que a sua vida fique assim, tudo meio bosta.

Fica ao leitor a reflexão:
  • Por que afastamos as pessoas? 
  • Por que temos sido tão orgulhosos?
  • Por que é tão difícil assumir o nosso orgulho?
  • Por que a vida ficou tão complicada, sendo que ela é tão simples?
  • Que mal tem em reencontrar alguém?
  • Qual é a SUA essência?

SP¹ Síndrome do Pânico 

18/07/16


Um texto de Aline Menezes, criadora do Blog O Quarto de Aline

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