terça-feira, 7 de abril de 2015

Quem me fazia companhia?


Por tantos meses chorei socando o travesseiro - nem ele me entendia - com o coração doendo, vontade de fugir da minha própria vida. Lágrimas que ardiam tanto que tenho certeza que tiraram o brilho dos meus olhos. Meu cabelo secou como flor que murcha pela falta de cuidados. Nada tinha mais sentido pra mim nesta vida e por mais que eu tentasse me divertir, não conseguia. A tristeza me perseguia. As dores da alma em meu corpo refletia. Adoeci.

Não pintava as unhas, não comprava roupas novas. Tudo o que eu vinha usando era porque ganhei de presente. Eu nem queria ler... Nem escrever. Nem acordar, nem dormir, nem comer... Nem parar. Só correr.

Oh céus... E por que "diaxo" que eu chorava tanto? 
- Por que chora essa menina?
Perguntava meu pai.
- Ela chora pra fazer drama.
Respondia meu irmão.

A verdade é que nem eu mesmo sabia mais o porquê de tanta confusão. Minha vida virou uma confusão. Eu me tornei confusão. 
E chorava porque tinha dúvidas sobre o que fazer com meu cabelo. Se cortava ou não.
Chorava porque não sabia se ficava ou se ia para qualquer reunião.

Ansiedade, desânimo, desalento. 

As costas doíam, mas não por excesso de peso. Aliás, que peso havia? Eu me sentia vazia, no entanto doía e sentia um cansaço eterno. Fadiga. Cansada até de viver. De que valia a pena se não parava de sofrer? Azia, o estômago ardia, comer não resolvia e ainda tinha que suportar uma pressão sobre mim. A cabeça explodia. Sentia-me sozinha.

E então descobri quem me fazia companhia...

Depressão.

Acordei, levantei, me arrumei, e chamei-a para sair. Ela foi comigo, mas não dei carona para ela voltar.

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