terça-feira, 28 de novembro de 2017

Tic-tac


DE TODAS AS FORMAS indiretas nos proibimos de tudo. Horas decisivas corroem o tempo. Retira o direito a pensamentos e incentiva a pressa e a agilidade - quem disse que é completamente benéfico? Não adianta correr quando está tudo perdido. Mas parar e começar de novo a partir desse ponto é o principal meio de fuga. Não uma fuga para sumir. Uma fuga para crescer.

Tic-tac. Você perde o controle. Não percebe que amar as pessoas ao seu redor é o que te faz realmente bem. Você para e observa. O relógio gira o ponteiro e o tempo continua passando.

Tic-tac. Você percebe que está perdendo. Corre para olhar pela janela. Todo mundo está indo. O vidro não os permite ouvir você.

Tic-tac. Perdoem por não ter aproveitado enquanto estavam ao meu lado.

Tic-tac. O tempo passou.

Nuances de arrependimento assombra quem sempre lembra o que desperdiçou. Tudo são tons de grafite e preto. O teto são as nuvens, as paredes barro fresco e os sons ecos. Mesmo assim, ainda arrependido.

As horas e dias passam. Será tarde demais? O vidro estraçalhou em milhões de pedaços. O relógio caiu na inexistência. Nada mais sobrou além de memórias e uma decência forçada.

“Perdi tempo demais”.

Tic-tac. Tic… tac. Tic… 

Um texto do jovem escritor paraense Daniel Pantoja

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