terça-feira, 28 de julho de 2015

Recife em Setembro

Era umas 21horas quando cheguei em casa, após ter saído do shopping Recife às 19. Peguei o ônibus opcional AEROPORTO/CANDEIAS. Muito bom, parece ônibus de viagem. Foi assim que me senti: viajando.

Havia ido ao shopping buscar uns livros que comprei pela Internet, no site da Saraiva. Os dois livros de MVFS, da escritora Paula Pimenta. Peguei o ônibus na intenção de ir pra casa.

O ônibus saiu do shopping e eu já estava sentada, bem acomodada, observando a cidade pela janela. Passamos pelo bairro de Boa Viagem, cheio de grandes edifícios modernos junto com antigos edifícios baixos, pequenos comércios e grandes lojas e empresas. Um misto de arquitetura que é imperceptível a luz do dia, no corre - corre de nossa vida agitada.

O ônibus passou também pelo Pina, que é onde a paisagem começa a se transformar em cenário de filme, levando o passageiro ao bairro do Recife Antigo e também a sonhar acordado enquanto anda de coletivo.

Eita cidade linda esse meu Recife! Até as imperfeições são perfeitas. Até nos desastres, vejo beleza. O ônibus passando pelo Cabanga, e eu sonhando estar em Veneza.

É noite e as estrelas brilham. As estrelas da cidade não estão no céu, não são as luzes naturais que nos iluminam. Porém é também muito lindo de ver as luzes dos postes, dos faróis e dos apartamentos, dando destaque a noite de Setembro.

Destaque. O ônibus passou pelo março-zero e a iluminação artificial aliada a luz da lua, deu um destaque perfeito aos jovens que se divertiam e imperfeito aos que moram na rua.

Quanto destaque! E quanta obscuridade. A iluminação só alumia o que queremos ver de verdade. No bairro do Recife Antigo é notável o desequilíbrio desta cidade. Muitos jovens moradores de rua ali se misturam aos que vão curtir sua jovialidade.

Aí o ônibus seguiu logo o percurso, passando pela Boa Vista. Numa noite de sexta-feira, eu nunca havia parado pra perceber. A avenida lota de gente que aparece não sei de onde, vai ali para beber. Umas pessoas de aparência simples, as quais não gostaria de descrever. Sou imperfeita e minha descrição pode também ser.

E nestes prédios? Quem moram? Altos edifícios antigos que me fez imaginar coisas mirabolantes.  É também melhor não descrever, pra que não haja, literalmente, um preconceito.

Chegamos ao Derby, palco de muitos protestos, de muitas histórias. Uma praça que se falasse... Ainda bem que ela não fala. Mais vale o que na lembrança fica. Uma praça que é impossível não ser conhecida. Tem histórias, tem beleza, tem vida. No corre-corre, sua beleza fica escondida. Ainda mais agora com uma estação de BRT no meio da pista.

Passamos pelo quartel e pelo bairro das Graças. Em minha vida, particularmente, há muita coisa a ser contada. Neste bairro vivi muitas batalhas: A vida de uma jovem estudante que vivia desgovernada.

Logo cheguei em casa e logo quis anotar sobre a noite maravilhosa que vivi. O percurso de ônibus que ando quase sempre, mas que mais uma vez percebi: É linda demais a cidade que nasci. Cidade das histórias que vivi.

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